segunda-feira, 31 de outubro de 2016

MINAS GERAIS SE TORNA A BÉLGICA BRASILEIRA DAS CERVEJAS ARTESANAIS

Quando alguém pensa na gastronomia de Minas Gerais, logo vêm a mente itens como pão de queijo, doce de leite, torresmo e cachaça. Mas nos últimos anos essa lista ganhou um novo produto: a cerveja artesanal. Não é à toa que o Estado vem sendo chamado de “a Bélgica brasileira”, uma referência ao país europeu mais famoso por suas cervejas artesanais. É da Bélgica que vem a cerveja trapista, produzida por monges e considerada uma das melhores do mundo. Além da qualidade, há quantidade: são mais de 1.500 cervejarias.

Minas Gerais não fica para trás e já ganhou destaque no cenário cervejeiro mundial, com rótulos especiais e uma produção intensa.

A MELHOR CERVEJA ARTESANAL DO MUNDO

O mercado das cervejas artesanais em Minas Gerais vem experimentando crescimento nos últimos anos e acabou coroado em abril de 2014, quando uma cerveja produzida pela Wäls, a Dubbel, ganhou medalha de ouro na World Beer Cup, a Copa do Mundo da Cerveja, evento bianual realizado nos Estados Unidos.

Para chegar ao título de melhor do mundo, o rótulo da Wäls superou 4.800 cervejas de mais de 1.400 cervejarias de 58 países do mundo. Para completar a façanha, a cervejaria ainda levou a medalha de prata, com a Quadruppel.

MERCADO EM MINAS CRESCE

Minas aproveitou para surfar no crescimento que a bebida apresenta no Brasil. Segundo o Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas), o mercado cresceu 21% no último ano, acima da média nacional, calculada em 12,6% pela Nielsen. No Estado, são produzidos mais de 50 tipos de cerveja.

Para se ter uma ideia da força da cerveja artesanal em Minas Gerais, uma feira realizada em junho em Nova Lima, cidade que fica colada a Belo Horizonte e que desponta como um dos polos de produção da bebida no Estado, reuniu 20 cervejarias.

O número deu um salto em menos de dois anos. Em 2013, eram 12 as cervejarias artesanais, que produziam 1 milhão de litros por mês. Para 2015, a expectativa é que essa produção dobre.


Beto Novaes/EM/D.A Press

INOVAÇÃO NAS RECEITAS É CARACTERÍSTICA DAS CERVEJARIAS MINEIRAS

As cervejas de Minas conquistaram o paladar não só do mineiro, mas também dos brasileiros porque agregou sabores novos à sua composição. A Pilsen, tipo de cerveja mais vendido no Brasil, tem índice de amargor baixo, ao contrário das cervejas artesanais, que tendem a ser a mais encorpadas.

Ou seja, Minas deixou de seguir a tendência alemã. Essa era a marca da região Sul, que aproveitou os efeitos da imigração germânica para se tornar referência na produção de cerveja artesanal.

Para desbancar estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Minas inovou no conceito. O que fez a diferença para os produtores mineiros foi encontrar o equilíbrio com o dulçor do malte e incorporar novos elementos na produção, como frutas secas, chocolate, açúcar mascavo, gengibre e mel. Além disso, para garantir um aroma diferente à bebida, algumas cervejarias maturam a cerveja em barris de umburana, madeira usada para envelhecer cachaça.

ROTEIRO AO REDOR DE BELO HORIZONTE
Se você está interessado em experimentar as cervejas de Minas, vale a pena conhecer as unidades onde são produzidas as bebidas artesanais. Belo Horizonte é terra da primeira artesanal mineira, a Backer, criada em 1999. Também estão na capital a Wäls e a Krug Bier.

As outras cidades produtoras estão próximas da capital mineira. Nova Lima fica a 38 km do centro de BH e lá você vai encontrar cinco cervejarias, entre elas a Inconfidentes. Em Ribeirão das Neves, a 36 km de Belo Horizonte, está a Falke Bier.

Conheça a seguir quatro das principais cervejarias artesanais de Minas Gerais.

Falke Bier
Apesar de ter sido fundada em 2004, sua ideia teve origem ainda em 1988, quando seus criadores produziram 260 garrafas da Cirvizia Aquila.
Entre seus destaques está a Estreada Real Weiss, Diamantina, Villa Rica e Vivre pour Vivre, feita com jabuticaba e que demora três anos para ficar pronta, após passar por três fermentações. Também merece menção a Falke Tripe Monasterium, que descansa ao som de cantos gregorianos por 45 dias e é envasada em garrafa de espumante. Tem sabor cítrico.

Inconfidentes
A Inconfidentes é uma reunião de três cervejarias. Sob o nome de Conjuração Cervejeira, referência ao movimento liderado por Tiradentes em 1789, une as marcas Grimor, Jambreiro e Vinil.
Os rótulos da Grimor levam apenas números. A 21, por exemplo, é uma boa demonstração da inovação das cervejarias artesanais mineiras. Na sua composição estão rosas e hibiscos, o que dá a ela um aroma de romã.

A Jambreiro foi criada em 2008 e segue a linha de criar rótulos com sabores e aromas que diferenciam suas cervejas das convencionais. A Blondie, por exemplo, tem características que lembram laranja e mexerica. Já a Bâdil tem aromas herbais e florais. Para reforçar sua origem mineira, a Cerevisiae Lundii leva em sua fórmula o doce de leite em barra.

Nascida em 2009, a Vinil faz menção a um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil no seu principal rótulo: Tropicália. A cerveja de trigo carrega no aroma tons de banana e cravo. Já a Baba ESB, homenagem a “Baba O’Riley”, canção clássica do The Who, tem notas de caramelo.

Küd
Como Cervejaria Küd, existe desde 2010, mas suas origens estão em 2008, quando conquistou o primeiro lugar em um concurso de cervejas artesanais da Argentina, com o nome KüdBier. Localizada em Nova Lima, a cervejaria dá nome de canções de rock famosas a seus rótulos.

A Tangerine, homenagem ao Led Zeppelin, leva cascas de laranja e sementes de coentro na sua composição. Já a Smoke on the Water, referência ao Deep Purple, exala um aroma defumado.

Wäls
Inaugurada em 1999, é uma das mais premiadas do país. Além de vencer a Copa do Mundo da Cerveja, já ganhou títulos na South Beer Cup, concurso sul-americano realizado em Blumenau, em Santa Catarina.

Entre os destaques está a Wäls Petroleum, feita com cacau belga e que carrega 12% de teor alcoólico (o triplo dos rótulos convencionais). Já a Wäls 42 leva amêndoas, limão, abacaxi e café. A Dubbel, vencedora da Copa do Mundo, é uma cerveja do tipo Belgian Strong Ale, com aroma de frutas secas. A vice-campeã Quadruppel, também Belgian Strong Ale, tem quatro tipos de malte e aroma de chocolate, mel e frutas secas.

A marca produz 30 mil litros de cerveja por mês e vende para 15 estados. As cervejas são encontradas em bares especializados e mercados premium — 245 estabelecimentos no total —, além de sites de varejo também especializados nas bebidas artesanais. A cervejaria também começa a ganhar o mundo e já exporta para os Estados Unidos e Canadá.

Loba
Nascida oficialmente como minicervejaria em 2012, as cervejas artesanais da Loba ficaram conhecidas por serem produzidas com malte 100%, garantindo uma qualidade única e um sabor singular. Devido ao sucesso, em 2014 a empresa inaugurou uma fábrica com a capacidade de produzir até 100.000/mês e começou a comercializar as cervejas em diversas cidades de Minas Gerais. O segredo, segundo seus proprietários é conciliar modernas tecnologias de produção com os melhores ingredientes e o cuidado pessoal na fabricação das bebidas, mantendo o padrão de qualidade de um produto artesanal. É produzida em Santana dos Montes

Você já experimentou uma cerveja artesanal produzida em Minas Gerais? O que achou? Conte pra gente quais são os seus rótulos favoritos!
Fonte da matéria:http://www.bebidaexpressblog.com.br/cerveja/minas-gerais-se-torna-a-belgica-brasileira-das-cervejas-artesanais-epico
Cerveja Loba - Fonte:Revista Carta Prêmio
Ilustrações: Site das cervejarias.http://www.conhecaminas.com/2016/07/minas-gerais-se-torna-belgica_48.html

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